domingo, 21 de março de 2010

Unificação dos Blogs

As postagens deste Blog foram transferidas para o Blog "O Som e a Escritura", no seguinte endereço:

http://www.om.pro.br/blog

Em breve, apagarei este blog, já que todos os meus escritos estarão concentrado em um único blog.

Obrigado pela visita e amizade!
Até breve,
João

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Fim de Ciclo

Finalizamos na semana passada (dia 04.12) o ciclo de um ano de estudo.

Desejo a todos que nos acompanharam virtual ou presencialmente que tenham um ótimo fim de ano, em todos os aspectos possíveis e inimagináveis. Que o final seja propício e nos capacite a fertilizar novos terrenos para grandes acontecimentos, nos níveis internos, externos e profundos!

Muita paz!
Shāntiḥ!!!


Temas que estudamos durante o ano de 2009


Yogasūtra de Patanjali
O Corpo no haṭhayoga
Sāṁkhya


Śivasūtra e práticas tântricas
15 - Cosmologia tântrica (36 tattvas) - 04.09.2009
16 - O caminho do supremo (śāmbhavopāya) - 11.09.2009
17 - O caminho da potência (śāktopāya) - 18.09.2009
18 - O caminho do indivíduo (āṇavopāya) - 25.09.2009

Meditação śivaíta
19 - Integração do denso, sutil e transcendente - 16.10.2009
20 - A meditação natural e ininterrupta (haṁsaḥ) - 23.10.2009
21 - Integração do corpo ao mundo (dvadaśānta) - 30.10.2009
22 - Meditação triádica (candra-sūrya-agni) - 06.11.2009
23 - Purificação das nāḍīs (nāḍī-śodhana) - 13.11.2009
24 - Identificação do objetivo com o subjetivo (Śāmbhavī-mudrā) - 27.11.2009
25 - Meditação sobre o cosmograma (Śrī-yantra) - 04.12.2009

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Encontro de 23 de outubro: a meditação natural e ininterrupta

O texto base para a prática desta semana é o Shiva-sūtra, 3.27, que trata da descrição da consciência do yogue. Algumas sugestões são dadas com o intuito de proporcionar o estado de presença e de atenção. Dentre elas, a sincronização da atividade respiratória com o pulsar do universo. Faz-se tal ato por meio da percepção do mantra que é entoado espontaneamente a cada instante em que a vida se manifesta: o mantra Haṁsaḥ.

O material de apoio, com as traduções, pode ser visto em:

http://www.om.pro.br/grupodeestudos/estudosdeyoga-23102009.pdf

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Encontro de 16 de outubro de 2009 - A integração do denso, sutil e transcendente

O atual ciclo de estudos percorre algumas das práticas meditativas sugeridas pela tradição tântrica do Shivaísmo da Caxemira.

Realizamos duas práticas baseadas no reconhecimento de que estamos situados simultaneamente nos níveis denso, sutil e transcendente. O sūtra 4 do Shiva-sūtra, com o comentário de Kṣemarāja, foi a base de nosso estudo e prática meditativa.

O material de apoio, com as traduções, pode ser visto em:

http://www.om.pro.br/grupodeestudos/estudosdeyoga-16102009.pdf

sábado, 10 de outubro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O relato da revelação dos Sutras de Śiva

Sobre a origem do Śiva-sūtra, consta o seguinte relato na introdução da Spanda-kārikā:
 
Eis que aqui, neste mundo, o excelso preceptor Vasugupta, a quem a grandiosidade [divina] foi revelada por meio da união com o super-supremo Śiva, que visa a instrução de todos, recebeu uma orientação da vontade do Venerável, durante um sonho, vinda da montanha do grande deus e encontrou os sūtras de Śiva, mais do que secretos, grafados sobre o grande monte. Ele reuniu e apresentou os cinquenta e um versos sob uma unidade que demonstra uma experiência direta dos āgamas, com profundidade e com clareza.

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iha hi viśvānujighṛkṣāparaparamaśivāveśonmīlitamahimā śrīmānvasuguptācaryo mahādevaparvatād bhagavadicchayaiva svapnopalabdhopadeśaḥ mahāśilātalollikhitāny atirahasyāni śivasūtrāṇy āsādya prasannagambhīrair ekapañcāśatā ślokair āgamānubhavopapattyaikīkāraṁ pradarśayan saṁgṛhītavān |

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Encontro do dia 28 de agosto de 2009 (guṇa e ahaṁkāra)

Uma teoria do conhecimento tem a finalidade de produzir um método de observação de nossa própria capacidade de observação. Discute-se quais são os limites possíveis do conhecimento humano. A consciência limitada pela individualidade teria capacidade para conceber o absoluto? A filosofia do sāṁkhya propõe um caminho metódico para que se organize todas as formas pelas quais a totalidade da existência se manifesta. Nessa forma de agrupamento, as realidades do sujeito que apreende e a realidade dos objetos que são apreendidos são entendidas como manifestações simétricas, como formas espelhadas que foram desencadeadas por um mesmo processo. Enquanto teoria do conhecimento, o sāṁkhya entende que a mente - o aparelho cognitivo convencional - é incapaz de apreender integralmente a dinâmica da existência do cosmo do qual faz parte, pois compartilha da mesma substância - ainda que em intensidade diferente - dos elementos pertencentes ao que chamamos de mundo material (nesse sentido, é que surge o pressuposto do yoga de que é necessário desvencilhar-se da mente ordinária para que algo a mais se manifeste). Vejamos, na passagem a seguir, uma descrição das três categorias (guṇa) que modulam cada uma das formas que permitem que as individualidades subjetivas se relacionem com as formas objetivas.
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O Ensinamento de Kapila  (Kapilopadeśa 2.24-31)
A partir do elemento mahat, originado no vigor do Venerável, o ahaṁkāra – como uma potência de ação (kriyāśakti) – desdobrou-se triplamente: como vaikārika (mutável), como taijasa (ardente) e como tāmasa (obscuro), que são origem do manas (mente), dos indriya (comandos/sentidos) e dos mahābhūta (elementos grandes). Ele é conhecido como Saṁkarṣaṇa, ou puruṣa composto pela mente, sentidos e elementos, considerado o infinito (ananta), que é presenciado com mil cabeças. A qualificação do ahaṁkṛti é a agência (kartṛtva), a instrumentalidade (karaṇatva) e a objetividade (kāryatva), ou as qualidades de ser pacífico (śānta), terrível (ghora) e insensível (vimūḍha). Do vaikārika, quando este se desdobra, o elemento manas foi gerado, do qual se origina o estado de desejo, a partir do vikalpa (concepção fragmentária) e do saṁkalpa (concepção integral). Ele [manas] é conhecido como Aniruddha (indomável) e, lembrando um lótus escuro outonal, é pouco-a-pouco apaziguado pelos yogues. Do taijasa, quando este se desdobra, o elemento buddhi surgiu, como um reconhecimento para aparição das coisas, isto é, uma ajuda para os sentidos, ó virtuosa! “A dúvida, o engano, a convicção, a memória, o sono” são considerados como qualificação da buddhi, de acordo com suas funções. Os sentidos taijasa são distribuídos como ação (kriya) e concepção (jñāna), a potência da ação é a do prāṇa e a potência do reconhecimento é a da buddhi.

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vaikārikas taijasaś ca tāmasaś ca yato bhavaḥ |

manasaś cendriyāṇāṃ ca bhūtānāṃ mahatām api ||24|
sahasraśirasaṃ sākṣād yam anantaṃ pracakṣate |
saṅkarṣaṇākhyaṃ puruṣaṃ bhūtendriyamanomayam ||25||
kartṛtvaṃ karaṇatvaṃ ca kāryatvaṃ ceti lakṣaṇam |
śāntaghoravimūḍhatvam iti vā syād ahaṅkṛteḥ ||26||
vaikārikād vikurvāṇān manastattvam ajāyata |
yatsaṅkalpavikalpābhyāṃ vartate kāmasambhavaḥ ||27||
yad vidur hy aniruddhākhyaṃ hṛṣīkāṇām adhīśvaram |
śāradendīvaraśyāmaṃ saṃrādhyaṃ yogibhiḥ śanaiḥ ||28||
taijasāt tu vikurvāṇād buddhitattvam abhūt sati |
dravyasphuraṇavijñānam indriyāṇām anugrahaḥ ||29||
saṃśayo 'tha viparyāso niścayaḥ smṛtir eva ca |
svāpa ity ucyate buddher lakṣaṇaṃ vṛttitaḥ pṛthak ||30||
taijasānīndriyāṇy eva kriyājñānavibhāgaśaḥ |
prāṇasya hi kriyāśaktir buddher vijñānaśaktitā ||31||