quarta-feira, 10 de junho de 2009

Encontro do dia 12 de junho de 2009 (O corpo e os alentos)

As práticas do Haṭha-yoga partem de princípios bastante significativos com relação ao corpo humano. Cada sociedade produz significados distintos sobre os mesmos objetos. O corpo humano, apesar de ser o mesmo no Brasil, na Índia e em qualquer lugar do mundo, é valorizado de várias formas em cada uma dessas culturas, de acordo com as concepções particulares que cada civilização construiu. 

É importante para o adepto do yoga conhecer os meios pelos quais ele dará um significado especial ao seu corpo, internalizando, por meio da prática, um conjunto de elementos sensoriais, simbólicos e sutis que ajudarão em seu progresso. O trecho abaixo colabora com essa grandiosa busca.

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Śivasaṁhitā || 3.1-9


īśvara uvāca || hṛdy asti paṅkajaṁ divyaṁ divyaliṅgena bhūṣitam | kādiṭhāntākṣaropetaṁ dvādaśāraṁ vibhūṣitam ||1|| prāṇo vasati tatraiva vāsanābhir alaṁkṛtaḥ | anādikarmasaṁśliṣṭaḥ prokto ’haṁkārasaṁyutaḥ ||2|| prāṇasya vṛttibhedena nāmāni vividhāni ca | vartante tāni sarvāṇi kathituṁ naiva śakyate ||3|| prāṇo ’pānaḥ samānaś codāno vyānaś ca pañcamaḥ | nāgaḥ kūrmaś ca kṛkāro devadatto dhanañjayaḥ ||4|| daśa nāmāni mukhyāni mayoktānīha śāstrake | kurvante te ’tra kāryāni preritāś ca svakarmabhiḥ ||5|| atrāpi vāyavaḥ pañca mukhyāḥ syur daśataḥ punaḥ | tatrāpi śreṣṭhakartārau prāṇāpānau mayoditau ||6|| hṛdi prāṇo gude ’pānaḥ samāno nābhimaṇḍale | udānaḥ kaṇṭhadeśe syād vyānaḥ sarvaśarīragaḥ ||7|| nāgādivāyavaḥ pañca kurvanti te ca vigrahe | udgāronmīlanaṁ kṣuttṛḍjṛmbhāṁ hikkāṁ ca pañcamīm ||8|| anena vidhinā yo vai brahmāṇḍaṁ vetti vigraham | sarvapāpavinirmuktaḥ sa vai yāti parāṁ gatim ||9||

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A coleção de Śiva, 3.1-9
O soberano disse:
No coração, há um lótus celestial adornado com um liṅga celestial, e embelezado com doze raios dotados das sílabas que vão de ka até ṭha. (1) Diz-se que o prāṇa está situado nele, está acompanhado pelas reminiscências, acompanhado pelas ações inatas e conectado ao senso de individualidade. (2) O prāṇa possui múltiplas denominações devido à diferença de suas atividades. Não é possível descrever todas as que existem. (3) Prāṇa, apāna, samāna, udāna e vyāna, que é a quinta. Nāga, kūrma, kṛkāra, devadatta e dhanañjaya. (4) Os dez principais nomes são os proferidos por mim neste tratado. Eles executam o ato devido em função de suas próprias ações. (5) Desses dez, cinco devem ser considerados os ventos (vāyu) principais. Eu digo que, dentre esses, o prāna e o apāṇa são os agentes superiores. (6) O prāṇa está no coração, o apāna no ânus, o samāna no círculo do umbigo, o udāna na região da garganta e o vyāna é o que percorre todo o corpo. (7) O nāga e os outros ventos, ao todo cinco, realizam, no corpo, o arroto, o piscar de olhos, a sede-e-fome, o bocejo e o soluço, que é o quinto. (8) Quem concebe o corpo como o ovo de Brahman, por meio dessa descrição, liberta-se de todas os males e alcança a esfera suprema. (9)


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