A prática preceituada pelo Mahānirvāṇatantra solicita que o adepto instaure nos círculos dos cakras, entendidos geometricamente como flores de lótus com um número variável de pétalas, as várias potências sonoras da mātṛkā que totalizam o conjunto pleno do cosmo. Com isso, realiza-se o que antes era apenas latência: o corpo manifesta-se como o cosmo. Sabe-se que a consciência divina habita o cosmo e, seguindo a prática, o adepto, identifica seu próprio corpo com a totalidade desse cosmo, fazendo com que sua consciência individual integre a consciência divina.
........................................
Mahā-nirvāṇa-tantram
dhyātvaiva mātṛkāṁ devīṁ
ṣaṭsu cakreṣu vinyaset |
hakṣau bhrūmadhyage padme
kaṇṭhe ca ṣoḍaśa svarān || 113
hṛdambuje kādiṭhāntān
vinyasya kulasādhakaḥ |
ḍādiphāntān nābhideśe
bādilāntāṁś ca liṅgake ||114
mūlādhare catuṣpatre
vādisāntān pravinyaset |
ityantarmanasā nyasya
mātṛkāṇān bahir nyaset ||115
...............................................
Tantra da Cessação Grandiosa
(...) Tendo-se meditado sobre a deusa mãezinha (mātṛkā), deve-se instaurá-la nos seis círculos (cakra). No lótus do espaço entre as sobrancelhas, instaura-se o “ha” e o kṣa”. Na garganta, as dezesseis vogais. Ao instaurar do “ka” ao “ṭha” no lótus do coração, o adepto do kula instala do “ḍa” ao “pha” na região do umbigo e do “ba” ao la” no genital. Nas quatro pétalas da sustentação da base, deve estabelecer do “va” ao “sa”. Depois de instalar no interior com a mente, deve-se realizar a instauração externa. (...)
.................................................
Nota: as sequências de sons obedecem a ordem alfabética da língua sânscrita. Na condução da prática, o yogue segue, dessa forma, os sons contidos no quadro abaixo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário