quinta-feira, 7 de maio de 2009

Encontro do dia 8 de maio de 2009 (samādhi)

Os sūtra-s escolhidos para este encontro são a definição "clássica" do yoga, que o descreve como um método e como um estado existencial. Estado existencial e não simplesmente estado de consciência ou estado mental. Busca-se, por meio da modificação do estado natural da mente, um objetivo que está além dela. Por isso, que yoga é método e condição.
Um dos conceitos mais fundamentais de todo o sistema filosófico e meta-psicológico do yoga está presente no sūtra 3 do Yoga-sūtra, em que ele fala do "observador" (draṣṭṛ). O draṣṭṛ equivale ao puruṣa, isto é, ao ser mais pleno, essencial e profundo de cada indivíduo humano. Propiciar a presença desse observador é uma atividade que pode ser realizada sob qualquer circunstância, não necessariamente pelos procedimentos que o senso comum entende como prática de yoga ou meditação. 
A partir desse conjunto de sūtra-s é possível extrair um conjunto de práticas meditativas e posturas internas.
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Samādhipādam 

atha yogānuśāsanam ||1||


atha iti ayam adhikārārthaḥ | yogānuśāsanaṁ śāstram adhikṛtaṁ veditavyam | yogaḥ samādhiḥ sa ca sārvabhaumaḥ cittasya dharmaḥ | kṣiptaṁ mūḍhaṁ vikṣiptam ekāgraṁ iti cittabhūmayaḥ | tatra vikṣipte cetasi vikṣipopasarjanībhūtaḥ samādhir na yogapakṣe vartate | yas tu ekāgre cetasi sadbhūtam arthaṁ pradyotayati, kṣiṇoti ca kleśān, karmabandhāni ślathayati, nirodham abhimukhaṁ karoti | sa samprajñāto yoga iti ākhyātate | sa ca vitarkānugato vicārānugata ānandānugato ‘smitānugata iti upariṣṭān nivedayiṣyāmaḥ | sarvavṛttinirodhe tu asamprajñātaḥ samādhiḥ ||1||

tasya lakṣaṇābhidhitsayā idaṁ sūtraṁ pravavṛte |

yogaś cittavṛttinirodhaḥ ||2||

(...)

tadā draṣṭuḥ svarūpe ‘vasthānam ||3||

(...)

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Livro da Integração

Eis o ensinamento do yoga. (1)

A palavra “eis” (atha) significa “início”. Deve-se entender que uma escritura com o ensinamento do yoga foi iniciada. Yoga é integração e esta é uma virtude da consciência em todos os seus estados. Agitado, letárgico, distraído, centrado são os estados da consciência. Na mente agitada, a integração, sendo um estado subordinado às agitações, não se desenvolve sobre o yoga. Denomina-se yoga da percepção plena a que ilumina um objeto segundo sua real natureza, enfraquece as perturbações, afrouxa a prisão do carma e dá início à “interrupção”. Junto a isso, deve-se saber que ele é acompanhado pela reflexão, pela discriminação, pelo gozo e pela presença de si. Mas com a interrupção de todos os movimentos, ocorre a integração além da percepção plena.

Com o objetivo de defini-lo (o yoga) segue o aforismo:


Yoga é a interrupção dos movimentos da consciência. (2)

(...)

 Com isso, o observador (obtém) estabilidade em sua própria forma. (3)

(...)


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