quinta-feira, 18 de junho de 2009

Encontro do dia 19 de junho de 2009 (O corpo e o Meru)

Dando continuidade ao estudo do sentido dado ao corpo no Haṭha-yoga, as traduções desta semana pretendem expor o que é o Meru. Meru é o nome de uma montanha. É ao mesmo tempo uma montanha no sentido geográfico, no sentido mítico e ainda o eixo do corpo humano. Muitas vezes associado à "coluna vertebral", no sentido mais concreto, o entendimento do Meru pode ser auxiliado pelo conceito de axis mundi, ou "eixo do mundo". 

Praticar o Haṭha-yoga, de acordo com os princípios mais profundos embutidos em sua visão do corpo e da corporalidade, é identificar-se com a totalidade do universo. E uma das formas de atingir esse resultado é alinhar o próprio eixo ao axis mundi.

Na seqüência, dois textos que auxiliam a compreender e a experimentar essa realidade.

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A coleção de Śiva


O soberano disse:


Neste corpo, existe um Meru ligado a sete ilhas. Há também os rios, os oceanos, os territórios e os guardiães dos territórios.(1) Há os inspirados, os sábios, assim como todas as constelações e planetas. E também as rotas sagradas, os santuários e os deuses dos santuários.((2) O Sol e a Lua, movendo-se como agentes da criação e da destruição. O espaço, o vento, também o fogo, a água e a terra.(3) O corpo possui todos os seres que existem nos três mundos. E as atividades ocorrem em toda parte, circundando o Meru.(4). Quem isto reconhece é sem dúvida alguma um yogin.

Antigüidades de Mārkaṇḍeya

Mārkaṇḍeya disse:

A Terra possui tamanho, por todos os lados, de cinqüenta milhões (de yojana), ó consagrado. Ouve o que relato sobre sua completa constituição.(4)
As ilhas por mim referidas têm a ilha Jambu no início e a Puṣkara ao final, ó afortunado, escuta agora o tamanho delas.(5) Uma ilha é o dobro da anterior: Jambu, Plakṣa, Śālmali, Kuśa, Krauñca, Śāka e a ilha Puṣkara.(6) Elas são envolvidas, por todos os lados, pelos oceanos de água salgada, caldo de cana, licor, manteiga clarificada, leite coalhado, leite e água, cada um o dobro do outro.(7) Explicarei agora a constituição da ilha Jambu. Presta atenção em mim: sua forma é redonda, com cem mil yojana na largura e na extensão.(8) Himavāt, Hemakūṭa, Niṣadha, Meru, Nīla, Śveta e Śṛṅgī são as sete montanhas fronteiriças.

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Śivasaṁhitā ||

īśvara uvāca || dehe’smin vartate meruḥ saptadvīpasamanvitaḥ | saritaḥ sāgarās tatra kṣetrāṇi kṣetrapālakāḥ ||1|| ṛṣayo munayaḥ sarve nakṣatrāṇi grahās tathā | puṇyatīrthāṇi pīṭhāni vartante pīṭhadevatā ||2|| sṛṣṭisaṁhārakartārau bhramantau śaśibhāskarau | nabho vāyuś ca vahniś ca jalaṁ pṛthvī tathaiva ca ||3|| trailokye yāni bhūtāni tāni sarvāni dehataḥ | meruṁ saṁveṣṭya sarvatra vyavahāraḥ pravartate ||4|| jānāti yaḥ sarvam idaṁ sa yogī nātra saṁśayaḥ ||5||

Mārkaṇḍeyapurāṇam ||

mārkaṇḍeya uvāca || śatārdhakoṭivistārā pṛthivī kṛtsnaśo dvija | tasyāḥ saṁsthānam akhilaṁ kathayāmi śṛṇuṣva tat ||4|| ye te dvīpā mayā proktā jambudvīpādayo dvija | puṣkarāntā mahābhāga śṛṇveṣāṁ vistaraṁ punaḥ ||5|| dvīpāt tu dviguṇo dvīpo jambuḥ plakṣo ‘tha śālmaliḥ | kuśaḥ krauñcas tathā śākaḥ puṣkaradvīpa eva ca ||6|| lavaṇekṣusurāsarpirdadhi-kṣīrajalābdhibhiḥ | dviguṇair dviguṇair vṛddhyā sarvataḥ pariveṣṭhitāḥ ||7|| jambudvīpasya saṁsthānaṁ pravakṣye ‘haṁ nibodha me | lakṣam ekaṁ yojanānāṁ vṛtto vistāradairghyataḥ ||8|| himavān hemakūṭaś ca niṣadho merur eva ca | nīlaḥ śvetas tathā śṛṅgī sapta tadvarṣaparvatā ||9||

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